O shopping center inacabado de Juazeiro do Norte, envolto em polêmicas e investigações federais, entrou em um novo capítulo de sua conturbada história ao ser colocado em leilão pela Procuradoria Geral da Fazenda Nacional. O preço mínimo estabelecido para o prédio, localizado entre as avenidas Radialista Coelho Alves e Humberto Bezerra, é de R$ 31 milhões. O leilão encerra em19 de janeiro de 2024.
Com uma área de mais de 34 mil metros quadrados, o shopping está avaliado em mais de R$ 38 milhões. O Site ‘Leilão Pernambuco’ já registrou um lance inicial significativo, atingindo a marca de R$ 30,7 milhões.
A inclusão do shopping em leilão decorre de uma penhora judicial realizada pela justiça federal, marcando um desfecho legal para um caso que remonta a anos de controvérsias. A história do shopping teve início com um empréstimo de R$ 29,5 milhões provenientes de um fundo do Banco do Nordeste, com previsão de conclusão para o ano de 2012.
No entanto, uma auditoria realizada pelo Ministério da Transparência, Fiscalização e Controle, em colaboração com a Polícia Federal e o Ministério Público Federal, revelou alterações no projeto original da obra e uma expansão da operação de crédito original em mais de 100% de seu valor inicial. A paralisação da obra e o desembolso de cerca de R$ 12 milhões a mais do que efetivamente executado foram apontados pela Transparência.
A Operação Fratello, em 2016, marcou o início de mandados de busca e apreensão, sendo um dos alvos o empresário Mauro Macedo, filho do então prefeito de Juazeiro do Norte, Raimundo Macedo (MDB).
A investigação revelou um modus operandi que envolvia falsificação de relatórios, pagamentos a empresas de fachada com notas frias e superfaturamento de serviços contratados, muitos dos quais sequer foram realizados, resultando no desvio de recursos públicos federais.